Fátima, Fado, Futebol e F...

O Estado Novo era acusado de fomentar o milagre de Fátima, o Fado e o Futebol, com o interesse objectivo de desviar as atenções do povo português do subdesenvolvimento em que jazia (?) e hoje não acontece o mesmo?... (in, A Página da Educação)

Parece-me pertinente fazer uma adenda, em jeito de resposta, à questão final da obsoleta frase acima citada: Sim. O ”Novo Estado”, está a despertar no seu povo as características fatalísticas do género musical que nos modela, o Fado. Por outro lado, Fátima no seu aprumo, não está para “arrumos de capela” para aqueles que querem fazer da despenalização da interrupção do aborto uma realidade. Temos ainda o Futebol, que muitas alegrias nos "dá”, por entre o reflexo atraente do oiro polido do apito, um ofuscar que pelos vistos não cegará ninguém…

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Definitivamente precisamos de mais um “F” neste século ainda pueril. É aí que entra a Cinderela dos novos tempos, a Floribela. A menina que apregoa não ter nada, mas que afinal tem tudo por ser rica em sonhos, mesmo sendo pobre em ouro. Bem me parecia que era este o “F” que faltava. Alguém que não é igual a muitos de nós e que não tem medo de cantar energicamente ao microfone. Uma empregada irascível, ama de umas crianças irritantemente precoces e que ora está apaixonada, ora não, por um playmobil ruivo de artífice (mérito ao João e à Sara pelo epíteto).

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Enfim, apenas alguém munido de terços e cores, folhos e flores, que insiste em dizer a um país, perante si prostrado, que para se ser feliz não é preciso dinheiro, porque este “rouba” os sonhos, o tempo e a liberdade… Este seria o momento em que todos nós, apostadores do Euromilhões, gritávamos: MENTIRA! É preciso dinheiro sim! Como tu também precisas dos teus mais de 5000 euros mensais das gravações (sem falar do resto), e todos nós dos 180 milhões de euros do Euromilhões…