20080316

| sinto |

sinto no rosto o calor do candeeiro,
como se tratasse de um pequeno sol pronto a exterminar novamente Ícaro
sinto os cantos da boca a inverterem-se,
como se fosse crescer o contorno de uma montanha e que não a pudesse escalar
sinto os olhos cheios,
como um regador que alimenta flores com lágrimas
sinto os dedos dormentes,
como se tivessem estado enterrados na neve, estão roxos como os amores ditos perfeitos
sinto os pés fora de mim,
como se tivessem fugido à procura de um novo corpo
sinto o silêncio,
como se todos os evangelhos estivessem a ser-me lidos ao ouvido...



1 Comments:

Blogger Maria Brito said...

e eu sinto que te adoro....

March 19, 2008 at 7:44 AM  

Post a Comment

<< Home